domingo, 22 de abril de 2007

Wolverine: Saudade



O que o Ceará, o mutante Wolverine e dois artistas franceses têm em comum? Uma graphic novel. Sim, uma graphic novel bastante curiosa, por sinal. Lançada no final de 2006, na Europa, e recentemente no Brasil, pela Panini Comics, “Wolverine: Saudade” é dessas obras que valem a pena ter na coleção. Ainda que nunca chegue a se tornar um clássico dos quadrinhos.

A trama começa com o mais famoso dos X-Men indo passar férias em Fortaleza. Ele está curtindo o clima local à sua própria maneira. Vai a festas, dança, bebe, corteja belas mulheres e explora o que a cidade tem de melhor a oferecer.

Tudo vai indo bem até que o profesor Charles Xavier contacta Logan para uma importante missão: encontrar um poderoso mutante cearense. Quem diria, né?
Então o que era diversão transforma-se em uma busca por caminhos perigosos. Wolverine embrenha-se pela periferia da Terra do Sol, e acaba se metendo com criminosos e casos de exploração de menores em áreas de risco da cidade.




A graphic novel foi elaborada pelo roteirista Jean David Morvan e pelo desenhista Philippe Buchet, dois dos principias artistas da indústria francesa de quadrinhos. Eles são mais conhecidos por seus trabalhos nas séries de ficção científica “Nomad” e “Senda”, além do best-seller Sillage.

Um detalhe interessante sobre o quadrinho é o fato de ser um dos novos projetos da Marvel voltados para o mercado internacional. Em outras palavras, isso significa que, embora Wolverine seja um produto dos gibis norte-americanos, a obra não foi lançada nos Estados Unidos e não há qualquer previsão nesse sentido. Chega ao ponto de pessoas que trabalham em lojas de quadrinhos norte-americanas sequer terem ouvido falar da existência dessa graphic novel.

“Wolverine: Saudade” conta com belas ilustrações, que ganham força devido ao argumento e a um roteiro bem amarrado. A aventura não tem qualquer relação com a cronologia do personagem no universo Marvel, e Morvan e Buchet souberam se aproveitar disso. Eles bem se apropriaram de elementos que compõem Wolverine, tendo como resultado uma boa história com começo, meio e fim.

Mas como nem tudo é perfeito, talvez uma coisa o leitor sinta falta. O leitor cearense, em especial. De elementos que melhor caracterizem a cultura local. Portanto, quem estiver esperando por imagens da estátua de Iracema, por ver Wolverine comendo tapioca ou ler expressões tipicas do cearencês como “rebolar no mato” ou “uma ruma de coisas” pode se decepcionar.

Seja como for, “Wolverine: Saudade” é, por si só, um bom motivo para todo cearense se sentir orgulhoso. Afinal de contas, não é todo dia que artistas estrangeiros se interessam em escrever um gibi sobre um famoso personagem, cuja trama se passa em terras brasileiras. Não é todo dia que Wolverine vêm passar férias no Ceará.

Um comentário:

Unknown disse...

Como faço para adquirir a revista???